Dei algumas orientações, mostrei o que levo para o plantão e o que temos disponível. Às 10h33 simulamos um levantamento de local de crime no pátio de estacionamento.
Pátio de estacionamento do Instituto de Criminalística. |
Mas já às 10h40 fomos informados de um corpo encontrado no município de Barra de Santo Antônio.
Antes de sair do Instituto de Criminalística assumimos outra ocorrência no município de Branquinha. Neste caso um homicídio por projétil de arma de fogo.
Local 01 - morte suspeita no interior de residência na Barra de Santo Antônio (47,2 km de Maceió).
Diversos elementos deste caso convenciam pelo uso inadequado da energia elétrica doméstica.
No local encontramos ferramentas inadequadas (sem isolamento), circunstâncias perigosas (chão molhado, calçado inapropriado) e principalmente vestígios indicativos de descarga elétrica (bolhas de queimadura na pele).
Nem sempre os sinais são totalmente compatíveis com a literatura, mas o conjunto dos elementos materiais, junto às informações angariadas pela investigação policial, confirmam as suspeitas.
Finalizados os trabalhos na Barra de Santo Antônio, nos dirigimos para o município de Branquinha.
Local 02 - homicídio por projétil de arma de fogo em logradouro público de Branquinha (97 km do primeiro local).
Faltando cerca de 10 km para chegar no entroncamento das rodovias BR-101 e BR-104 paramos num bloqueio montado por moradores insatisfeitos com a falta de energia elétrica em suas casas.
Após uma rápida negociação, principalmente facilitada pelo oportuno retorno da energia elétrica nas residências próximas, foi possível desobstruir a via e seguir viagem.
O caso foi relatado como uma abordagem à vítima em local diverso de onde foi encontrada, perseguição, tombamento da vítima sobre o pavimento da estrada e continuidade dos disparos de arma de fogo pelo agressor.
Os vestígios constatados reforçavam os relatos. Manchas de sangue formadas por gotejamento em movimento desenhavam um itinerário sugestivo de fuga. E efeitos secundários de disparo de arma de fogo indicavam disparo à curta distância contra a cabeça da vítima.
A ocorrência se deu por volta das 12h30, mas nós só chegamos às 15h32. O cadáver já possuía alterações por causa da longa exposição ao sol e calor.
População, guarnição da Polícia Militar e genitor da vítima, todos aguardavam o término dos exames e recolhimento do cadáver.
Ainda no percurso entre os locais 01 e 02 recebemos solicitação para atender o município vizinho de Branquinha. Uma colisão de motocicleta contra objeto fixo.
De longe foi possível identificar a aglomeração de curiosos no local da ocorrência, mas curiosamente não havia o veículo nem a vítima no local.
Não é difícil explicar. A ocorrência foi solicitada às 12h30, mas só chegamos às 16h43. Mais uma vez o problema do efetivo pequeno e a numerosidade das ocorrências.
Nem por isso deixa-se de constatar vestígios relevantes para a caracterização da ocorrência.
Principais vestígios ainda constatados no local |
Terminamos o terceiro levantamento com ausência de agentes públicos no local (policiais civis e militares).
Sem mais solicitações nos dirigimos para Maceió e fomos brindados com um bonito pôr do sol!
Imagem capturada da rodovia BR-104 com a viatura em movimento. |
Entramos em Maceió já à noite. Aproveitei e testei uma fotografia com baixa luminosidade.
Registrando o engarrafamento em Maceió no início da noite. |
Tive oportunidade de testar a câmera fotográfica Nikon D5300 do Charles que teve excelente desempenho na captura de imagens noturnas, mas não testei a câmera, tipo bridge (também uma Nikon), que a Bárbara levou.
Foi um plantão mais de acompanhamento que de prática, como eu desejava, mas pudemos oferecer aos novos peritos uma boa variedade de casos, procedimentos e situações que mostram um pouco do nosso cotidiano.
Itinerário de atendimento dos três locais no período da manhã. |
Às 18h30 Charles e Bárbara deixaram o Instituto de Criminalística. Eu, Veras e Luciano continuamos com o plantão noturno.