De 21 a 25 de novembro ministramos um curso de fotografia forense em Aracaju, Sergipe.
Foi uma iniciativa do Sindicato dos Peritos Oficiais de Sergipe -
Sinpose com a colaboração da
Academia de Polícia Civil de Sergipe.
Havia duas situações interessantes para este curso: tanto os peritos quanto as câmeras entraram recentemente para o serviço público!
Nas aulas foram utilizados dois modelos de câmeras reflex: a Nikon D3300 e a Canon T5.
Para bom entendimento do tema, algumas perguntas precisam ser respondidas (Heptâmetro de Quintiliano): o que é fotografia forense? Quem a produz e por quê? Onde e quando é produzida? E, finalmente, como e com o que é produzido o registro fotográfico forense?
Geralmente as duas últimas perguntas são mais críticas. Os peritos oficiais já sabem o que é, quem deve fazer, onde, quando e por quê fazer. Resta aprender a usar o novo equipamento e executar as especificidades da perícia.
Não deixamos de fortalecer a responsabilidade do perito pelo levantamento fotográfico e informamos as exigências legais de sua execução.
Inicialmente apreciamos diversas imagens de modo a possibilitar a "educação" do olhar. É importante identificar a luz e sua direção sobre os objetos a serem fotografados. Isso auxilia na obtenção da imagem em condições difíceis de iluminação, por exemplo.
Ultrapassada a apreciação e execução de uma fotografia comum, passamos a conhecer os parâmetros que podem ser controlados numa câmera ajustável como as do tipo "reflex" que são atualmente disponibilizadas nos institutos de criminalística do país.
Exposta a teoria, significando que vamos lembrá-la constantemente durante as prática, vamos às práticas!
Primeiro um teste rápido de segurança no disparo e enquadramento do assunto.
Depois vários exercícios de foco, travamento do foco, reenquadramento, profundidade de campo e distância focal.
Um exercício de "luz de preenchimento", para assuntos sombreados cuja medição da luz pela câmera desligaria o flash automático.
Depois dos exercícios de "sala de aula" (sombra e água fresca), passo aos "exercícios de campo" (muito sol e suor!). Apesar do desconforto, é uma ótima aproximação de como, frequentemente, o perito é exigido para tirar suas fotografias forenses.
Montei a cena no estacionamento da Acadepol e usei meu próprio veículo que já vinha com "denominação" adequada!
Experimentamos as tomadas gerais, relacionadas e detalhadas, verificando ainda distâncias focais (18 a 55 mm) e testando o uso de escalas nos vestígios menores.
No último dia fizemos exercício prático em sala escura para testar as configurações em baixíssima luminosidade. Assim fizemos captura de feixe de laser verde e registro de material luminescente (mostrador de relógio de pulso).
A todo instante os alunos testavam as instruções e faziam suas próprias fotos instantâneas. Registo duas abaixo:
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Uma interessante composição do perito Uilames. Impressão digital nítida no primeiro plano, escala informando o evento e o fotógrafo discretamente no segundo plano. |
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A perita Thayse registrou seu próprio ato de fotografar. Vê-se no primeiro plano, nítido, a cena que se deseja registrar. E ao fundo a cena em si, desfocada para sobressair o interesse na operação da câmera fotografada. |
Acredito que o diferencial do curso é aproximar alunos de alguém "experimentado", mas que muitas vezes a coisa se revela apenas numa leitura antecedente dos manuais dos equipamentos e dos livros de teoria. A prática reiterada faz do aluno, mestre. E não precisa ser a trabalho. Informalmente podemos nos aprimorar. Neste aspecto senti muito entusiasmo e energia nos colegas de Sergipe. Espero retornar para aprender ainda mais.
Sugestão de links:
Link para manual da Canon T5.
Link para manual da Nikon D3300.
Apostila "Aprenda a fotografar em 7 lições", de
Cláudia Regina.