quarta-feira, 19 de abril de 2017

De volta aos plantões - dia 18 de abril.

Vou começar dizendo que o "retorno" não é aos plantões, porque não parei, mas tentarei atualizar as publicações voltadas a esse cotidiano. Desta vez um pouco mais impulsionado com dicas de fotografias de campo.

Sendo o primeiro do rodízio na equipe do dia (cinco peritos para todo o Estado), cheguei cedo e fiquei de prontidão editando laudos antigos na sala da equipe "F", onde estou lotado.

O computador é da sala/IC, a bagunça restante é minha, incluindo o capacete!

A primeira ocorrência foi informada às 8h. Indivíduo alvejado por arma de fogo na rua. Suposta reação à assalto. Imaginei logo um ou poucos disparos e manchas de sangue dispostas por uma grande área por causa da fuga ou socorro da vítima.

Vista geral do primeiro levantamento do dia.

Para minha surpresa, não havia muitas manchas. Apenas empoçamento e escorrimento no ponto onde estava o cadáver. Ou seja, concentração da ação violenta no ponto onde foi encontrado o corpo.

Observem acima que as sombras sobre os veículos estão difusas. O tempo estava nublado quando chegamos. Depois o céu ficou claro e o sol muito forte. Vejam abaixo os efeitos.


Abaixo a "dica" de como amenizar ou mesmo corrigir o efeito da sombra "dura" e seu alto contraste: peça ao colega que faça sombra sobre o assunto a ser fotografado. Se não tiver equipamento específico, basta posicionar seu próprio corpo.


Eliminando as linhas da sombra dura, facilita-se a visualização do conjunto original. Haverá menos elementos para se visualizar, dirigindo o olhar para o que é relevante. A menor intensidade luminosa diminui a saturação de cores, o que também facilita para a maioria das situações.

Abaixo uma vista detalhada de um dos ferimentos. Foto feita no local, também com o assunto "sombreado", mas com o flash embutido ligado (modo "Program") para iluminar a cavidade.

O ferimento foi limpo, sendo possível observar efeitos secundários (pontos sobre a pele).

Já a fotografia dos artefatos foi feita no Instituto. Desse modo controlei a iluminação difundindo a luz do flash embutido com uma folha de papel e rebatendo lateralmente com outras folhas ao redor dos estojos. Vejam abaixo:

Flash embutido difundido e rebatido ao redor dos estojos.

Assim que cheguei neste local, houve outra solicitação na região metropolitana. Terminei o levantamento e segui para o segundo local.

Desta vez tínhamos a chance de levar o cadáver para dentro da residência e assim trabalhar totalmente sobre a sombra.

Segundo levantamento. Cadáver sobre a soleira da porta.

Neste caso fiz duas fotos de dentro da residência para fora para mostrar o efeito do vão iluminado contra um cômodo escuro e como solucionar usando o flash "forçado" (modo "Program").


A câmera mede a luz no centro da imagem, e como o vão está iluminado, ela "mistura" a área escura com a clara e acredita que o cinza resultante está em toda a cena. Para fornecer a luz que falta, ligamos o flash.

Por isso que o modo "Auto" da câmera nesta hora não consegue fazer o registro visto na segunda imagem acima.

Trouxemos o corpo para dentro da residência e finalizamos os trabalhos sob a sombra.

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