O primeiro deles, que considero mais simples, é o modelo de laudo de constatação:
Estrutura do modelo de laudo de constatação. |
Observem que a numeração dos laudos do IC/AL é composta por quatro números separados por pontos. O primeiro deles (quatro dígitos) identifica a sequência dos atendimentos e sempre em número ímpar (os pares são destinados para a seção interna de perícias). O segundo (dois dígitos) se refere ao ano em que o levantamento foi efetuado. O terceiro é um número interno (quatro dígitos) de controle da secretaria do IC e o último (dois dígitos) se refere ao ano em que o laudo foi elaborado.
Observação: o item "2.1 Do deslocamento para o local" é uma seção muito particular, pois, possivelmente, somente eu faço a medição da distância do IC até o local utilizando o GPS e gerando mapas sobre isso (veja um exemplo em: "GPS, esse tacógrafo digital!"). É um item perfeitamente dispensável num laudo comum (normalmente eu o utilizo em trajetos na zona rural).
No item "5.3 Do levantamento fotográfico e topográfico" geralmente faço observações (texto fixo) quanto ao uso dos equipamentos (particulares) e características de cadeia de custódia das imagens capturadas.
Esse primeiro modelo é um laudo mais resumido e se adequa a vários tipos de perícia, desde que não examine cadáveres ou veículos acidentados, pois nestes casos utilizo os modelos abaixo.
Estrutura do modelo de laudo de morte violenta. |
No modelo anterior tínhamos o "local/objeto" e suas "constatações" (alterações). Era o laudo de constatação. Neste modelo há o acréscimo do item "3 Do cadáver" e seus subitens tomando o lugar do item "local/objeto" do modelo anterior. As "constatações" está representado no item "4 Dos vestígios", que são as "alterações" do ambiente e principalmente do cadáver. Eis o modelo de laudo de morte violenta.
As circunstâncias descritas irão fazer a diferenciação entre homicídio, suicídio e acidente. Havendo dois ou mais cadáveres envolvidos na ocorrência, basta repetir o item "3 Do cadáver" tantas vezes quanto necessárias e fazer as adaptações pertinentes para a pluralidade de cadáveres.
Quando ocorre um acidente de trânsito, então utilizo o modelo abaixo, pois já aparece um vestígio importante neste caso que são os veículos e, várias vezes, a pluralidade de vítimas.
Estrutura do laudo de ocorrência de tráfego. |
Observação: deixei inclusos os itens 6.1, 6.2 e 6.3 que dizem respeito a exames e informações que frequentemente somos solicitados a fazer ou consignar.
Estas são as três estruturas básicas (constatação, morte violenta e ocorrência de tráfego) que geralmente deixo prontas para elaborar a maioria dos laudos a que somos solicitados nos levantamentos do IC/AL.
Muito boa suas colocações sobre estrutura de um laudo. Vou utilizar alguns itens sugeridos nos meus laudos.
ResponderExcluirComo sugestão, no item "Do Local" eu costumo acrescentar um subitem de "Isolamento e Preservação do Local".
Att.
Alexandre Alves
Perito Criminal RO
Alexandre, eu coloquei este subitem dentro do título: "5 - Dos esclarecimentos". Alguns itens se encaixam em vários lugares e nestes casos, reflete um pouco o perfil de cada elaborador de laudos. Agradeço a sugestão e fica a observação! Abraços.
ResponderExcluirCorpo de motociclista encontrado sem vida. Cinco 5 horas antes fora visto que ele passou um carro e adentrou desgovernado o gramado onde fora encontrado. Quem viu isto não se aproximou e foi embora. Laudo do medico legista dá como causa da morte traumatismo craniano (fotos do cérebro mostram trauma). Este laudo não fala nada sobre a hemorragia externa que a pessoa teve no local do acidente, não estima a hora da morte fisiológica e etc. Nas fotos do local do acidente há evidências no corpo e no local que apontam que a pessoa não morreu no momento da queda, que teve movimentos demorados, que teve consciente pois há marcas no rosto de que chorou e etc. PERGUNTA: o laudo deveria descrever tudo isto certo? O que caberia ter escrito o perito criminal, o medico legista sobre estas evidências?
ResponderExcluirCaro colega, o conjunto de vestígios/sinais, criminalmente relevantes, precisam constar nos dois laudos, pericial de local (IC) e cadavérico (IML), mas nem sempre em sua integralidade. É preciso saber que todos estes sinais se apresentam em momentos e locais distintos, onde apenas alguns destes profissionais poderão constatá-los e registrá-los. A lágrima é mais fácil para o perito de local perceber. O trauma interno no cérebro, somente o legista perceberá. Já o histórico de ultrapassagem de veículo e perda de direção da moto, deve ser objeto de investigação da polícia civil. O inquérito é que deve conter toda a história e descrição dos vestígios pelos laudos acostados.
ExcluirMuito bom André.
ResponderExcluirEspero que ajude no nosso trabalho, Charles!
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