Todo o procedimento está previsto na Portaria Conjunta nº 001/GS/2011 de 21 de novembro de 2011.
Apesar de já estar publicada há exatos 30 dias, somente hoje as pulseiras e adesivos foram entregues na central de equipamentos do Instituto de Criminalística. Recebi rápidas instruções do gerente das perícias externas para utilizá-las numa perícia por volta do meio-dia.
Não se sabia exatamente como e o que preencher no "BIC" (Boletim de Identificação de Cadáver). Nem exatamente como proceder com a referida pulseira e suas partes.
Mesmo sendo funcionário público não fui diligente o suficiente para acompanhar o texto publicado no DO do Estado há tanto tempo. Apenas hoje foi também fixada uma cópia da Portaria no quadro de avisos do IC.
Tive o extremo privilégio de atender um local fechado e coberto (interior de residência) em que estavam os representantes de todos os envolvidos na investigação (polícia civil e militar e Instituto Médico Legal). Isso facilitou muito a confecção do "BIC" e a entrega de todas as vias aos seus devidos destinatários.
Abaixo a sequência adotada para os trabalhos em campo:
No local de crime fui privilegiado com uma mesa para preencher o "BIC". |
Fixação da "PIC" no tornozelo do cadáver. |
Adesivos a serem fixados em cada uma das quatro vias. (a via do IML recebe parte da etiqueta plástica da "PIC"). |
Preenchimento do "BIC". As três vias seguintes são preenchidas por meio do papel carbono. |
Colaboração do agente de polícia (Delegacia de Homicídios). |
Via que fica com o IC e que deve ser escaneada para seguir com o laudo pericial. |
Curiosamente o "treinamento" promovido pela Secretaria de Estado da Defesa Social não contou com a total receptividade dos peritos criminais. Soube-se que a Direção do IC, em apenas quatro reuniões com a cúpula da SEDS, aceitou o formato atual do "BIC" e sequer partilhou a proposta com os profissionais de campo. Sem diálogo, fomos obrigados a voltar ao tempo do "papel carbono".
Já foi o tempo em que eu me arvorava de afirmar ideias. Hoje prefiro dizer que estou autorizado a pensar algumas ideias em decorrência de algumas constatações. Aliás, é o movimento natural do perito criminal. Ele constata, analisa e exara sua opinião técnica.
Sem rigor eminentemente técnico, é possível supor que uma gestão pública que ignora o conhecimento de seus subordinados não os valoriza como elementos de mudança. São meros operários. Trata-se de simples mecânica. Eu mando, você faz.
Então, dentro do mais puro espírito militar, missão dada é missão cumprida!
Numa administração cega, politicamente desacreditada e num órgão público bastante desmotivado com tanta falta de informação - e consideração -, fiz a minha parte. Cumpri o que me mandaram fazer. Certamente não incomodarei ninguém por isso.
Um Feliz Natal e até o próximo plantão.
Boa noite, sou Agente de Pericia em Curitiba e gostaria de saber como foi a experiencia com as pulseiras , estou pesquisando uma forma de identificar nossos cadáveres e seria útil essa informação. Agradeço a atenção. obadias_jr@hotmail.com
ResponderExcluirJunior, como todo o início, trouxe incômodo fazer os peritos preencherem aquele formulário (BIC). Alegava-se que as informações poderiam ser passadas pela PC ou mesmo pela PM. No entanto, hoje, se tornou lugar comum fazermos os BIC's e fixarmos as PIC's (pulseiras de identificação de cadáver). As informações chegam a ser redundantes, mas pulseira é um diferencial para a metodologia anterior. Vale a pena.
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