quinta-feira, 24 de fevereiro de 2022

Roteiro sugerido para levantamento fotográfico pericial

 Para qualquer levantamento fotográfico padrão, temos: fotos gerais, parciais e detalhadas.

A) gerais: panorâmica, uma “paisagem” do local, todos os vestígios inclusos (mesmo que não distinguíveis) vias de acesso, céu e multidão/equipe aparecem na imagem.

B) parciais: parcelas dos vestígios, localizando-os dentro do local, inclusive porque nem todos podem estar no mesmo plano, mas todos serão distinguidos nestas imagens. Momento de usar os numeradores/identificadores.

C) detalhadas: praticamente um vestígio por foto. Com e sem escalas métricas (duas fotos).

Para um levantamento fotográfico de cadáver no nível do chão e sem maiores obstáculos temos o seguinte roteiro:

1) duas fotos panorâmicas (gerais) DO LOCAL em posições opostas (mostra uma extremidade da rua e a outra extremidade);

2) duas fotos panorâmicas (gerais) DO CADÁVER em posições opostas (tenta cobrir todos os vestígios que estão no chão e que poderiam ser ocultados pelo cadáver, além de mostrar a posição do cadáver como foi encontrado);

3) fotos parciais tanto quanto necessárias para cada alteração vinculada ao caso (posição da cabeça, localização de ferimentos ou grupos de ferimentos, disposição singular de pés e mãos, vestígios ou objetos próximos, projéteis, estojos, armas, etc.);

4) foto de identificação do cadáver (a famosa “3x4” que deve ser tirada a pelo menos um metro do rosto – para minimizar distorções);

5) fotos detalhadas de cada ferimento (vestígio), com e sem escala, e outros vestígios que se apresentarem vinculados/relevantes para o caso (projéteis, estojos, etc.);

6) fotos procedimentais: fixação da pulseira de identificação do cadáver e do preenchimento do boletim de identificação do cadáver.

Num exemplo de cadáver com ferimento único de entrada numa rua sem confluências próximas, por exemplo, teríamos, no mínimo, 10 fotografias. Se houver alguma(s) repetição(ões) para garantia de captura ou certeza de nitidez, poderíamos dobrar esse levantamento.

Vinte fotografias podem fazer uma cobertura razoável para um caso bem simples de homicídio por arma de fogo, disparo único, sem transfixação, em via pública.

Observação: o texto tenta quantificar mínima e objetivamente um número de fotografias que tenha serventia na investigação de evento criminoso com estas circunstâncias. Qualquer acréscimo de item ou dúvida do fotógrafo ou mesmo outro tipo de evento com mais riqueza de detalhes, aumenta esse número de imagens. Levantamentos corriqueiros pode ir de 30 a 200 ou mais imagens. Excluindo-se outras formas de registro de imagens, como filmagens.