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sábado, 23 de setembro de 2023

Fotografia panorâmica noturna

No último dia 21, fomos acionados para periciar um local de encontro de cadáver.

Inicialmente temos de advertir que cadáveres que encalham às margens de corpos d'água, à princípio não configuram "local de crime". O crime pode ter sido praticado em outro local e o corpo simplesmente derivou até onde foi encontrado por motivo de marés e correntezas. Açudes e lagos já possuem outra característica. A depender do perímetro do lago e das circunstâncias no cadáver, o local do crime pode estar nas proximidades e deve ser investigado.

No presente caso, tínhamos suspeita de local diverso porque a casuística já nos apontava nesta direção.

Para cumprir a etapa de fixação do vestígio de homicídio (corpo da vítima) - art. 158-B, inciso III do CPP, o levantamento fotográfico exige uma foto panorâmica, onde o vestígio é contemplado dentro de uma situação topográfica, ou seja, uma foto do local onde o corpo estava.

O desafio foi o período noturno.

Para visualizar a disposição do fotógrafo e vestígio, indiquei numa imagem do Google Earth (abaixo):


Disposição dos elementos no local.

Disposição dos elementos numa vista diurna (Street View, Google Earth).

A imagem abaixo só recebeu uma seta branca para mostrar onde estava o cadáver, mas não possui edição, a não ser o redimensionamento (para fins de postagem).

Fotografia original do local de encontro de cadáver.

Foi usado um segundo de exposição na sensibilidade ISO 3200. Diafragma 5.6. Com o modo Manual, também acionei o flash embutido.

Abaixo foi feito apenas um recorte na imagem original. Rigorosamente temos outra foto. Ainda que alguns digam que é a mesma foto, só que recortada. Na verdade elementos foram suprimidos, logo há oura interpretação e, com isso, é sim outra foto.

Recorte da imagem original (sem edição de luz ou cor).

Afastados estes questionamentos de interpretação, o fato é que isso foi possível porque a imagem foi capturada na resolução de 24 Mpixel. Isso permite que consigamos imagens "menores", mas com qualidade aceitável.

Abaixo foi feito novo recorte. Desta vez editando luz e nitidez:

Novo recorte. Usando edição de luz e nitidez.

Neste segundo recorte já é possível perceber o abuso da sensibilidade alta do sensor (degradação da imagem) e falta de nitidez em detalhes, mas, ainda assim, é possível obter informação útil.

Veja abaixo quantas imagens poderiam ser obtidas de uma única captura. Tudo por causa da alta resolução.

Área do recorte anterior na imagem original.

Mas um foto panorâmica se completa com a sua vista oposta, para que todo o local possa ser contemplado numa visão aproximada de 360 graus. Abaixo a vista oposta:

Vista oposta da primeira imagem. Sem recorte ou edição.

Na vista oposta foram usados 1,6 segundo no ISO 800. Diafragma igual ao anterior: 5.6. Modo Manual.

Em ambos os casos a câmera foi apoiada na mureta de alvenaria, substituindo o tripé. O flash embutido foi acionado nas duas ocasiões, o que só resultou luminosidade no primeiro plano (funcionou como luz de preenchimento).

domingo, 17 de setembro de 2023

Plantões no sertão

 A despeito do título, os plantões foram cumpridos em Maceió e as chamadas foram solicitadas no sertão. Como a base de Arapiraca está temporariamente suspensa, então todas as partidas foram da capital.

Dois homicídios em dois municípios.

No dia 28 de agosto, atendemos dois homicídios em dois municípios diferentes. Coincidentemente, ocorrências próximas. Isso permite que apenas uma equipe atenda os dois locais. Todo o percurso de ida e volta foi de 372 km e toda viagem, contabilizando o levantamento, demorou 7 horas e 45 minutos. Saímos de Maceió às 8h45 e só retornamos às 16h30. Viagem diurna e tranquila com a equipe disposta ao começar o plantão.

Homicídio por arma de fogo no povoado Carié, município de Canapi.

No dia 10 de setembro, duas horas e meia antes do plantão terminar, fomos acionados para Canapi. Dispensei fotógrafo e manipulador. Fui sozinho com o motorista. Depois de confirmar por telefone, saímos 48 minutos depois do chamado. De uma maneira ou outra, eu e o motorista havíamos dormido a noite toda e por isso estávamos dispostos para a viagem. Retornamos para Maceió às 11h15.

Dois chamados próximos, equipe com mais uma perita.

Há dois dias atendemos mais dois homicídios, ambos por arma de fogo. Apesar de Igaci ter sido acionado primeiro, fizemos Arapiraca antes. Fazia parte do trajeto escolhido. Por conta de alguns embaraços, ainda tivemos de passar na Central de Polícia Civil, em Arapiraca, antes de seguir para Igaci. Fui muito bem acompanhado por uma colega perita (dispensamos o fotógrafo para poder levar quatro ocupantes com mais folga na viatura). Nestes casos os colegas trabalham juntos e, em geral, eu substituo o fotógrafo.

Existem bem mais dados que estes que estão sendo apresentados. Como costumo registrar todo o deslocamento da viatura com um GPS dedicado, é possível saber os dados de cada parada ou percurso. Isso pouco impacta no levantamento em si, mas gera subsídios interessantes para a gestão dos recursos e estratégias de atendimento da instituição.


domingo, 27 de setembro de 2020

Últimos plantões de setembro

Na primeira ocorrência viajamos 167 km até Penedo. Durante o trajeto, registrei o pôr-do-sol com duas câmeras diferentes:


As capturas foram feitas com a viatura em movimento (106 km/h) através do para-brisa. As câmeras possuem 12 Mpixels e ambas imagens receberam edição. A diferença de tempo entre elas é de quatro minutos. Foram tiradas 8 fotos na Nikon e 10 no celular.

O primeiro local foi informado como de cadáver localizado dentro de uma canoa na margem do rio São Francisco. Já chegamos no período noturno.

Para todo o levantamento foi necessário usar o flash embutido da Nikon, mas fiz outro teste com o celular:

Neste caso, o celular funcionou no modo automático (1/4 s de exposição, em ISO 1250), apoiado nas mãos. Já a Nikon ficou sobre uma mesa (tripé) e foi ajustada uma exposição de 6 (seis) segundos em ISO 3200 no modo M (manual).

Obviamente os resultados são bem diferentes. Vejam detalhes do motor da canoa abaixo:

As imagens acima não receberam edição.

Depois de uma edição no Photoshop, é possível aproveitar as imagens do celular:

No entanto a qualidade das cores e dos detalhes é sofrível:

Fiz outra experiência com a Nikon acionando o flash embutido:

No plano panorâmico é facilmente percebida a diferença de iluminação entre o primeiro e último plano da imagem.

No modo P (Program) o acionamento do flash impõe uma exposição de 1/60 segundos. Neste caso é possível dispensar o tripé.

Não cheguei a combinar a exposição longa com flash acionado para somar as vantagens das duas situações.

O segundo local foi em Maceió. Como nosso retorno foi demorado, todo o tumulto inicial já havia se dissipado. Principalmente depois do resgate dos Bombeiros Militares. A vítima foi eletrocutada no alto de um poste de iluminação pública e ficou presa nos fios.

A presença maciça de celulares com câmera nas mãos de cada cidadão faz com que imagens, até instantâneas, sejam facilmente obtidas:

Apesar da baixa qualidade de iluminação e detalhes, é possível extrair algumas informações do evento. Quando exploramos a “resolução de saída”, este tipo de imagem atende perfeitamente postagens de internet e até impressão em pequeno tamanho.

Por mais volume de imagens que se obtenha do contexto da situação é no acesso privilegiado que o perito tem que se obtém os detalhes que definem a ocorrência:

Marca de Jellinek

Imediatamente na sequência, o terceiro local foi um homicídio duplo, noutro bairro de Maceió.

A ação violenta foi cometida com emprego de arma de fogo e arma branca (faca peixeira):

Para definir bem alguns ferimentos precisamos da fotografia de detalhes. O problema é que as objetivas mais acessíveis não possuem a função macro. Por mais que nos aproximemos do assunto, uma boa parte da imagem fica sem assunto relevante por causa da limitação da distância de foco.

Quase 90% da imagem não são aproveitados, mas usando uma resolução alta, podemos fazer recortes (diminuindo o tamanho da imagem) e obter o detalhe com qualidade satisfatória:

No caso de uma câmera com 12 Mpixel de resolução total, a imagem recortada fica com 1,1 Mpixel. Isso oferece uma imagem impressa de aproximadamente 10 x 9 cm. Suficiente para uma ilustração de laudo.

No dia seguinte atendemos local de acidente de trânsito. Colisão entre veículo e motocicleta.

Tivemos algumas vantagens. Eram 5h da manhã e o céu estava encoberto.

Desta forma tivemos ausência de sombras “fortes”, boa luminosidade, e, sendo cedo, o trânsito estava tranquilo e sem aglomeração de pessoas!

A luminosidade é suficiente para fotografias panorâmicas, mas para detalhes é interessante usar a técnica do “flash de preenchimento”:

Algumas áreas escuras são reveladas pelo flash acionado, ainda que o automatismo da câmera o dispensasse:

Cabe alertar que o acionamento manual do flash não é possível no modo automático da câmera. É preciso selecionar um modo que isso seja permitido.

Por fim, vamos para algumas observações:

1) o registro fotográfico de um local de crime estático dispensa habilidades de fotografia de assuntos em movimento. As primeiras imagens aqui postadas buscaram apenas demonstrar as capacidades dos equipamentos, mas servem como excelente exercício de domínio de outras técnicas fotográficas;

2) a versatilidade de ajustes de uma DSLR ainda é superior às capacidades atuais dos melhores celulares com câmera embutida. Não significando dizer que não possam ter seu espaço na perícia. Cabe discutir meticulosamente a forma de sua utilização para o resultado que se espera de um levantamento fotográfico pericial;

3) imagens editadas não devem ser desprezadas. O objetivo deve ser o de melhorar a informação visual que se pretende transmitir. Como contraprova, todas as imagens originais precisam estar arquivadas e disponíveis;

4) imagens de terceiros não podem ser desprezadas. A presença de câmeras em todos os lugares e nas mãos de todo cidadão, registra eventos numa rapidez que ultrapassa a velocidade do Estado de atender estes mesmos eventos. A função de “olho da Justiça” foi relativamente repassada, mas obviamente as imagens precisam de um “filtro técnico” para se avaliar sua idoneidade e serventia. Os detalhes e a qualidade ainda continuam nas mãos do Estado. Só o perito tem acesso privilegiado ao local com os equipamentos adequados;

5) a ausência de equipamentos específicos não impede um bom registro fotográfico. Certo número de técnicas pode dispensar certas aquisições;

6) para qualquer tipo de levantamento fotográfico é importante conhecimento técnico básico e intimidade mínima com o equipamento disponível. O primeiro passo é consultar o manual da câmera e o segundo conhecer as técnicas que garantam os resultados pretendidos. Aproveitar sempre para treinar.

domingo, 12 de abril de 2020

Plantão do dia 07 de abril

Às vezes a frequência com que se encontram corpos em condições de difícil acesso e resgate deles nos exige solicitar os valiosos serviços do Corpo de Bombeiros Militar. Neste plantão não foi diferente. Aliás, foi bem necessário.

Para se ter acesso ao alto da barreira de 14 metros de altura foi preciso percorrer um terreno de vegetação rasteira por cerca de 270 metros. Tudo isso bem próximo da zona urbana do município de São Miguel dos Campos.

Trajeto (em vermelho) por meio da mata para se chegar ao local.

Os trabalhos começaram ainda com luz do dia, mas não foi possível evitar a escuridão total.

Vista do logradouro mais próximo que dava acesso ao local e vista do alto da barreira.

Desceu-se uma bandeja para acondicionamento do cadáver e facilitar o içamento.

Vista geral do local dos trabalho. A cidade de São Miguel dos Campos ao fundo.

A foto da vista geral do local dos exames foi um pequeno desafio. O flash exclusivo não iluminaria o fundo da barreira a mais de 14 metros de distância. O segredo foi deixar o obturador aberto capturando a luz da lanterna dos bombeiros e ligar o flash na medida certa para iluminar o primeiro plano (alto da barreira). A luzes da cidade também foram registradas pelo obturador lento (1/10 s, f/5,6, ISO 3200, compensação +3, câmera na mão, sem tripé).

Erguendo a bandeja até o alto da barreira.

Finalização dos trabalhos de resgate.

Já com o cadáver no alto da barreira, levamos até o logradouro mais próximo (iluminação pública dos postes, mas a lanterna dos bombeiros continuou sendo muito útil).

Ferimentos perfuro-contundentes identificados.

Não foi difícil detectar alguns sinais de ação violenta, mas em função do estado do corpo (putrefação e manuseio para seu resgate do solo), os exames necroscópicos efetuados pelo IML em condições muito melhores que as nossas devem trazer esclarecimentos mais robustos do que aconteceu com a vítima.


quarta-feira, 8 de abril de 2020

Plantão do dia 3 de abril de 2020

Corpo encontrado em leito de rio.

Foi uma solicitação do plantão anterior, mas em virtude da dificuldade de acesso ao local dos exames e resgate do cadáver do leito do rio, transferiu-se o levantamento para a equipe do dia seguinte.

Conforme rotina prática (já postada neste link), a equipe é formada para atender o local:


Geralmente a equipe é composta por: um perito criminal (1), um manipulador (2) e um motorista terceirizado (3). Neste caso o fotógrafo foi dispensado. Eu mesmo fiz as fotografias.

Com relação aos recursos materiais, levamos: a maleta da Senasp (4), uma maleta de ferramentas particular do perito (5), a viatura (6) e a câmera fotográfica (7) que vem junto com o aparelho GPS dedicado. Nesta caso eu também levei uma câmera e um GPS próprio.

Fizemos um percurso de 41,6 km até a zona rural do município vizinho:

Margens do Rio Mundaú, na zona rural de Rio Largo.

Uma parte na rodovia e outra por estradas de barro. Com direito a travessia de ponte de madeira e uma caminhada de meio quilômetro.

Ponte e caminhada até o local nas margens do rio.

A equipe do IML fez a diferença. Resgatou o cadáver do meio do rio. Estava preso entre as pedras.

Recuperação do cadáver do meio do rio.
 Já na margem seca, foi possível pesquisar a superfície do cadáver e constatar alterações que sugerem uso de arma de fogo. A confirmação virá do exame necroscópico a ser feito no IML.

Alterações suspeitas que serão verificadas no IML.

Retornar os 500 metros até às viaturas exigiu esforço conjunto da equipe dos IC e do IML:

Transporte do saco contendo o cadáver pelo trecho feito à pé.

O Corpo de Bombeiros Militar foi solicitado, mas em virtude da demora e pelo fato de o IML ter conseguido contornar a distância da margem, não foram necessários no levantamento.

Ainda nos livramos de uma cobra que havia no caminho. Passamos e não vimos, mas uma colega conseguiu uma foto:

Perigos da zona rural.

De volta ao IC, cumprimos a mesma rotina que mostra como devemos devolver todos os recursos usados no levantamento.

Inclusive a paramentação sofre com o clima quente e úmido. Geralmente apenas o bolso fica livre do suor...

Muito suor no clima quente.





quarta-feira, 16 de outubro de 2019

Achado curioso em local de crime

No último plantão do dia 13 de outubro, me deparei com uma marca interessante na face externa da bermuda da vítima:

Localização da marca no tecido e consequente lesão na pele. Não houve transfixação.

Um projétil "bateu" na bermuda e não penetrou!

Imaginei que pela pressão e possível arrastamento, poderia haver deposição de pele na face interna do tecido, no caso, da cueca:

Sutil a marca na face interna, mas estava lá (só aparece nos detalhes abaixo).

Marca na face externa e, à direita, realce da marca.

Escoriação na pele e, à direita, realce da dinâmica.

Mancha na face interna da cueca, com realce à direita.
Para compatibilizar com a dinâmica do impacto, a imagem foi invertida.

A vítima recebeu outros disparos, principalmente na cabeça.

Para um projétil não penetrar numa área como essa, se não teve qualquer problema com sua carga propelente, é porque já perdeu sua energia em algum lugar ou na trajetória. Como o atirador estava próximo, imaginamos que foi um ricochete.

segunda-feira, 7 de janeiro de 2019

Primeiro plantão do ano! Nova colega na equipe.

2019 começou! E começamos com um plantão e com uma colega nova no setor de perícias externas.

Incumbido de acompanhá-la, lembrei a ela os levantamentos básicos que fazemos em locais de crime: descritivo, fotográfico e topográfico.

Às 16h23 fomos informados de uma ocorrência no município de Arapiraca (124 km de Maceió).

Imediatamente é expedida uma Guia de Solicitação de Exames com os principais dados para o atendimento:

Guia de solicitação de exames.

Em seguida é entregue à perita, o Boletim de Ocorrência (BO) do Sistema de Gerenciamento Operacional Unificado (Sisgou) com os principais dados da ocorrência:

Anverso e verso do BO expedido pelo "Sisgou".

Reunida a equipe, verificado o equipamento e consultado o itinerário até o local, iniciamos a viagem no entardecer, sabendo que só chegaríamos à noite.



Foram percorridos 129 km até o local, antes passando pelo IML de Arapiraca.

Um dos primeiros passos do levantamento é georreferenciá-lo. Isso não apenas o localiza, mas também registra o primeiro momento do levantamento, ou seja, a hora do início dos trabalhos:

Georreferenciamento do local dos exames.
Também registra a hora do início dos trabalhos.

Começamos o levantamento às 19h32. O ambiente era "fechado" (cômodos dentro de imóvel comercial - oficina de motocicletas), mas o acesso era muito fácil e a polícia militar informou que houve circulação excessiva de curiosos pelo local.

Croqui do local feito à mão livre indicando a posição dos nove vestígios mais relevantes.

Neste caso, a "idoneidade" do local estava parcialmente comprometida. Mesmo assim sempre há o que se examinar.

Todos os vestígios relevantes são indexados, escalados e fotografados, no lugar em que se encontram e anotados no croqui:

Levantamento dos vestígios no local. Alguns podem ser coletados.

Após registrar os vestígios mais relevantes no local, passamos a fazer o exame do cadáver:


Na perinecroscopia fazemos o registros dos vestígios mais relevantes no cadáver (os ferimentos fazem parte deste grupo de vestígios). E como o nome diz, na área externa, porque a parte interna é de incumbência do legista.

Dentre os ferimentos constatados, tínhamos vários de entrada, três alojamentos visíveis, dois de proximidade (disparos "à queima-roupa") e um tangencial ("raspão"):

Ferimento decorrente de disparo à curta distância.
Os pontos escuros (setas) são grãos de pólvora que se depositam ao redor.

Ferimento tangencial ("raspão") onde as setas mostram o
movimento do projétil na superfície da pele.

As roupas também são examinadas. Verificam-se, por exemplo, a compatibilidade de danos (orifícios) com alguns ferimentos, deposição de material e impregnação de manchas de sangue:

Anverso e verso da camisa da vítima.

Finalmente, fixa-se a Pulseira de Identificação de Cadáver (PIC) e preenche-se o Boletim de Identificação de Cadáver. Esse procedimento vincula o cadáver que está em local de crime com o cadáver que irá dar entrada no IML:


Então o levantamento pericial se apresenta como uma abordagem do local de crime partindo do geral para o específico. Inicia-se na periferia do isolamento efetuado pelas polícias civil e militar e finaliza na proximidade do seu ponto central: a vítima (na maioria dos casos de morte violenta). Tenta-se contar uma versão dos fatos que esteja fundamentada nos vestígios materiais (artigo 158 do Código de Processo Penal).

Foram cerca de três horas para chegar no local e duas horas para fazer o levantamento.

Depois disso ainda fomos atender um segundo local no mesmo município. Voltamos para o Instituto em Maceió às 2h da manhã.