terça-feira, 30 de outubro de 2012

Capacitação na Persecução Penal - segundo dia

Segundo dia dos trabalhos e apenas duas palestras. A primeira proferida pelo Dr. Ricardo da Silva Gelak e a segunda pelo Dr. Carlos Eduardo Moreira da Silva Campos. Ambos Peritos Papiloscopistas da Polícia Federal.

Veja mais no site do MP/AL (clique aqui).

Mesa composta pelos dois palestrantes (Dr. Ricardo Gelak e Dr. Carlos Campos),
Dra. Ana Rita, Dr. Sergio Jucá e Dr. Humberto Pimentel.
O Dr. Ricardo Gelak explanou sobre o tema: "Sistemas Integrados - AFIS", mas antes fez uma didática introdução sobre identificação humana, comentando desde as maneiras mais simples e antigas de identificação até às mais sofisticadas e aceitas cientificamente para fins de investigação criminal.


Anotei algumas observações: "melhor que o papel (referindo-se a documentos produzidos pelo homem) é a biometria". Neste caso o palestrante refere-se ao fato de que dificilmente conseguimos "nos falsificar"! Mesmo com o uso de disfarces, cirurgias ou acidentes, algo nos é perene que sempre nos identifica (p. ex., as impressões digitais não se modificam com o envelhecimento).

A outra frase que ficou bem gravada foi: "o corpo passa a ser a senha". Já penso no alívio de deixar de carregar múltiplas chaves e decorar inúmeras senhas alfanuméricas.

Após a explanação é empolgante conhecer a quantidade de elementos que podemos usar para diferenciar dois seres humanos. Inclusive pelos "atributos" de cada estratégia. Algumas são mais "estáveis" (impressão digital, DNA, fundo de retina), enquanto outras menos (voz, ritmo de digitação).

Entre uma e outra palestra, tivemos um pequeno lanche e muitas pessoas continuaram trocando ideias e se conhecendo neste momento.

Intervalo entre as palestras.

Intervalo entre as palestras.
 O segundo palestrante apresentou o tema: "Reconstrução Facial Humana".


O Dr. Carlos Campos comentou sobre a evolução da técnica do retrato falado. Ampliou bastante nossa concepção de como um "mero" desenho pode ajudar nas investigações. Fez projeções de suspeitos com disfarces e envelhecimentos.

Após os debates da primeira palestra, o segundo palestrante enfatizou que os diversos profissionais envolvidos na perícia (peritos de campo, laboratoristas, papis, legistas, odontolegistas e outros), todos, devem focar no auxílio às investigações criminais.

Também foi apresentado o software Horus, desenvolvido pelos Peritos Papiloscopistas Federais, para produzir retratos falados em alta resolução com diversas ferramentas de auxílio ao desenho. Empolguei-me pelo uso posterior do software Photoshop, da Adobe, para dar os retoques finais no desenho (quase uma foto!).

Sistema de retrato falado em alta resolução desenvolvido pelos Peritos Papiloscopistas Federais. 

Tela de trabalho do software "Horos"
Outro cuidado interessante dos palestrantes no cotidiano dos seus trabalhos é registrar todo o processamento das imagens de modo a poder repetir todo o processo em juízo, se necessário. É ponto fundamental de uma perícia poder ser reproduzida a qualquer tempo. Faz parte do universo científico.

Outros pontos do evento:

Neste segundo dia do curso sentei-me na segunda fila, logo na frente, por isso não tive dificuldades com os enquadramentos das fotos, mas tive de abusar da sensibilidade ISO. Não utilizei flash em nenhum momento.

Conversei com um tenente da PM de Alagoas e ele me sugeriu publicar neste blog mais matérias de interesse do policial militar, tais como isolamento em local de crime e esclarecimentos a respeito de preservação. Achei uma ótima sugestão. Vou implementar o quanto antes!

O Dr. Ricardo Gelak apresentou esse pequeno vídeo durante sua palestra:


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