sábado, 1 de fevereiro de 2014

Plantão do dia 05 de janeiro

Primeiro plantão de 2014!

Aproveitei a versatilidade do novo celular (câmera com temporizador) e fiz um autorretrato no estacionamento do Instituto de Criminalística:

Primeira imagem do ano: iniciando os plantões de 2014!

Vinte minutos depois de iniciado o plantão, ocorre o primeiro chamado: homicídio por PAF (Projétil de Arma de Fogo) no município de Ibateguara (116 km de Maceió).


Ainda no estacionamento registrei uma visão panorâmica do prédio da Perícia Oficial. Mesclei quatro imagens no Photoshop (já meu celular faz isso automaticamente!) e indiquei com setas vermelhas onde está sendo feita uma reforma para instalação do laboratório. Vejam abaixo:

Clique na imagem para ampliar - futuras instalações do laboratório da PO.

No trajeto para Ibatequara fui testando a câmera do celular. Como eu disse ela faz mesclagens automaticamente. Abaixo fiz uma vista panorâmica de dentro da viatura em movimento. A imagem não recebeu edição.

Clique na imagem para ampliar.

Uma das nossas viaturas mais novas (Pajero Dakar da Mitsubishi) tinha um barulho que incomodava no painel. O pessoal do plantão anterior resolver fácil, fácil! Uma dobradura de papel e um palito de fósforo foram a solução!



Estacionamos a viatura no final de um logradouro que terminava abruptamente na zona rural do município! E de fato a localização do cadáver se dava nesta área, mas logo atrás da linha de residências da área urbanizada.


População nas proximidades do local dos exames.

Clique na imagem para ampliar.

Um único disparo foi constatado na vítima. No tórax. E com características de ter sido produzido por arma de cano longo e alma lisa (espingarda).




Finalizados os levantamentos, retornamos a Maceió. No trajeto nos deparamos com obras no acesso de Ibateguara, ultrapassagem de "treminhões" com até quatro reboques e cargas especiais que nos obrigaram a aguardar a passagem no acostamento!



O levantamento pericial em si é, sem dúvida, a parte mais importante de uma saída da base do Instituto de Criminalística, mas também é importante salientar que passamos mais tempo nos transportando, sob estas condições, que necessariamente exercendo a criminalística.

Foram 36 minutos de levantamento sob sol escaldante para quase três horas de deslocamento (só ida). Leve-se em conta que o deslocamento engloba desde a saída do IC até a chegada no local, incluindo visita na delegacia, eventuais abastecimentos ou demoras decorrentes da busca pelo local.

Às 15 horas nova chamada para a capital no bairro do Benedito Bentes, Conjunto Cidade Sorriso II.

Saindo para a segunda ocorrência (viatura VW Parati).

Como dia 05 foi um domingo, então a principal avenida de Maceió estava completamente vazia às 15 horas. (Situação completamente diferente quando em dias úteis, como se verá nos próximos plantões!).

Avenida Fernandes Lima praticamente sem trânsito no domingo.

No trajeto de ida para o local, percebi um pequeno avião nas proximidades e testei a objetiva da minha câmera Nikon D90.

Não é o suficiente para "encher" o fotograma com o assunto, mas abusando da capacidade de 12 Mpixel do sensor foi possível fazer uma ampliação digital sem perder muitos detalhes. Confiram abaixo.


No emaranhado das placas de sinalização da zona urbana de Maceió, encontramos a indicação do bairro procurado.


E, por curiosidade, o conjunto habitacional Cidade Sorriso possui algumas instalações comunitárias, bem sinalizadas, que facilitaram a busca do local dos exames.

Neste aspecto frise-se como é importante é a sinalização dos locais urbanos. Facilita muito o aprendizado das pessoas que moram no próprio lugar e a busca de endereços por parte de quem não mora no local. Pode parecer pouco ou até óbvio, mas negligenciar placas e indicações demanda mais tempo das pessoas para terem de se informar abordando moradores ou passantes no local.

A investigação da Polícia Civil desenvolvida pela equipe da Força Nacional fez um excelente isolamento do local instalando delimitadores (fitas zebradas) nos limites do logradouro. Isso abriu uma área bastante grande de pesquisa.

Vista panorâmica proporcionada por mesclagem de imagens.

A vítima foi alvejada em diversos pontos do corpo (tentativa de fuga e ou disparos precipitados à distância), mas foram três disparos na cabeça que lhe impuseram o óbito.


Às 22h45 atendi minha terceira chamada (meus colegas atenderam outras dentro do mesmo plantão).

Mais um homicídio por PAF. Na capital. Socorri mais uma vez a equipe de investigação da Força Nacional. A perícia da FN está com o quadro reduzido e por isso em alguns dias o atendimento é feito pela perícia local.

A classificação do local se impõe que se seja expressa como "fechado", pois perfeitamente delimitado pela área de lazer de um condomínio de apartamentos, embora não houvessem grades, cercas ou outros obstáculos para se acessar o local. E ainda por cima ser um local descoberto. O isolamento se fez coincidindo as fitas zebradas com os limites da área de lazer (playground).

Vista panorâmica obtida com mesclagem eletrônica de duas imagens digitais.

Não utilizei flash na foto panorâmica acima. Apenas registrei as luzes presentes no local. Com dois tipos diferentes de lâmpadas, mercúrio e fluorescente, tivemos duas matizes fortes, branco (no primeiro plano) e amarelo (no fundo e extremidades da imagem).

Esta vítima foi inicialmente agredida com instrumento longo e cilíndrico (tipo cacetete ou mero pedaço de madeira) e posteriormente suportou os disparos de arma de fogo.


As marcas de contusão do instrumento ficaram bem impressas e são relativamente raras de se encontrar na maioria dos levantamos efetuados. São as chamadas víbices.


Não atendi mais ocorrências de madrugada, mas como continuei no plantão seguinte, então tivemos mais levantamentos. Vejam na próxima publicação "Plantão do dia 06 de janeiro".

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