segunda-feira, 11 de novembro de 2013

Ano 2011 - Curso de Fotografia Forense na Paraíba

Em julho de 2011 estive 15 dias em João Pessoa/PB para ministrar o Curso de Aperfeiçoamento em Fotografia Pericial. O título já adianta o objetivo: aperfeiçoamento em fotografia convencional e digital no âmbito forense.

Além das aulas teóricas (exposição de conceitos), foram feitos estudos de casos, demonstrações, simulações e principalmente práticas para desenvolvimento das habilidades.
Normalmente quando ocorrem possibilidades de capacitação para o servidor público o gestor aproveita e, muitas vezes, reúne alunos com variados níveis de instrução. Cumpre ao docente tentar contemplar todos estes alunos.

O curso foi dividido da seguinte maneira:

1. Apresentação (onde foi feito um teste prévio para avaliar a turma);
2. Fotografia (história e linguagem fotográfica);
3. Equipamentos e luz (tipos de câmeras, acessórios e dinâmica da luz);
4. Estudo de casos e prática;
5. Prática e avaliação (exercícios contínuos para interagir com o equipamento e testar os conceitos).
6. Legislação a respeito de fotografia na área penal;
7. Levantamento fotográfico (metodologia da fotografia em locais de crime);
8. Sinalizadores e edição de imagens (como indicar e realçar vestígios em fotografias);
9. Mais estudos de casos, prática e finalmente a avaliação.

A avaliação constou de 10 questões. Oito afirmações do tipo “verdadeiro ou falso” e mais duas questões que indagavam conceitos de fotografia forense.

O desenvolvimento do curso seguiu rigorosamente o programa exigido pela academia.
Aprender a fotografar envolve não apenas o “apertar o botão” (técnica), mas principalmente saber e selecionar o que deve ser visto e registrado (julgamento das possibilidades). Para tanto foi apresentada a história da fotografia e algumas imagens históricas, contextualizando-as e explicitando suas pretensões e contingências.

A história da fotografia fotografando a história!

Depois introduziu-se os conceitos básicos de captura de imagens: exposição (tempo/obturador, quantidade/diafragma e sensibilidade/escala ISO) e composição (distâncias focais de lentes).

Abaixo exemplos produzidos durante o curso para demonstrar o conceito de “tempo de exposição” (uso da velocidade do obturador) para obter ou minimizar determinados efeitos.



Abaixo um exemplo da “quantidade de exposição”.


O conceito de distância focal foi exposto esquematicamente em sala de aula.


E testado na prática no mesmo ambiente! Foi utilizada uma objetiva zoom de 18-55 mm da Nikon.

Captura com lente ajustada para 18 mm (grande angular).

Captura com lente ajustada para 55 mm (normal).

Também foi demonstrado o uso do zoom digital (vista janela do hotel onde fiquei hospedado!) e sua consequente perda de qualidade na imagem (“pixelização” da imagem).



Além das óbvias aproximações, desejáveis em algum momento, mostrei as distorções produzidas pelo tipo da lente utilizada (vejam abaixo).


Na primeira imagem temos uma lente "normal" e na segunda o abuso da "grande angular".

Foram executados exercícios de profundidade de campo.

Orientando os alunos no uso da câmera durante um exercício prático.

O objetivo do exercício era manter a nitidez no número “2”, inscrito num círculo, e desfocar propositadamente os demais números em função da profundidade de campo ajustada pelo aluno. Antes era solicitado ao aluno que fotografasse uma folha com seu nome escrito. Desta forma podíamos consultar os arquivos sabendo quem tinha produzido a sequência fotográfica (para fins de avaliação continuada).


Durante as aulas foram utilizadas tanto a câmera usada pelos profissionais da Paraíba (uma Sony G11) quanto uma Nikon D40 do professor.

Câmera utilizada pela perícia da Paraíba, na época do curso.

Para aumentar a intimidade com o equipamento, foi feito um interessante exercício. Simples, mas eficiente. O aluno precisava enquadrar no fotograma (área da imagem vista pela objetiva da câmera) dois quadrados, um inscrito no outro, desenhados num cartaz.

Metodologia para o "exercício de enquadramento" na sala de aula. 

Não era preciso apenas se posicionar diante do cartaz, mas também utilizar o zoom da câmera (conceito de distância focal). Pois uma vez posicionado no primeiro disparo não era dada permissão para se reposicionar para o segundo disparo da câmera.

Objetivos do "exercício de enquadramento".

Ainda sobre enquadramento outro exercício explorou os conceitos de foto “panorâmica” ou geral, a relacionada ou meia-distância e finalmente foto de detalhe.



Finalmente a edição digital de imagens e a macrofotografia também foram discutidos, mas de forma sucinta.



Exposição a respeito de mesclagem de imagens.

Todas as aulas possuíam exercícios curtos de fixação (poucas perguntas para gravar os conceitos básicos da exposição do dia) e houve até "tarefa de casa". Tudo isso preparava ao aluno para a execução da avaliação final.

Exercícios escritos e fotográficos durante todas as aulas.

Neste último curso de fotografia forense promovido pela Senasp foi uma alegria rever alguns colegas daquela turma entre os alunos.

Curso de Aperfeiçoamento em Fotografia Forense na Paraíba - ano 2011.

Veja também publicação da época: "Fotografia em João Pessoa/2011".

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